Imagine encontrar um jabuti depois de quase uma década desaparecido, não em um quintal, mas embaixo do chão de casa! Foi exatamente isso que aconteceu em Itacajá, Tocantins, onde Luiza Coelha da Cruz Aguiar, de 60 anos, se deparou com um visitante inesperado durante uma reforma.
Enquanto consertava um vazamento de água, Luiza descobriu o jabuti (Geochelone carbonaria) no dia 7 de fevereiro de 2025. Este animal havia permanecido vivo sob o piso de sua casa, uma situação que começou provavelmente ainda em 2014. Naquela época, a construção utilizou um caminhão de cascalho, onde se crê que o jabuti embarcou sem ser notado.
Confinado por quase 10 anos, o jabuti sobreviveu em um ambiente selado graças a sua incrível capacidade de adaptação. Aves e répteis são conhecidos por se adaptarem a condições extremas, mas os jabutis são mestres nesse quesito. Eles podem ajustar sua dieta ao que estiver disponível, alimentando-se de insetos e matéria vegetal encontrada no solo. Biologicamente, o fato curioso é a resistência desses animais a ambientes de oxigênio limitado, desde que haja uma quantidade mínima de umidade para ajudá-los.
Com o tempo, o animal desenvolveu deformidades na carapaça, resultado do espaço confinado e do contato contínuo com cerâmicas do piso. Diante da descoberta, profissionais do Naturatins, o Instituto Natureza do Tocantins, recomendam um cuidado especializado e temporário. O jabuti está sendo gradualmente reintroduzido a uma dieta normal enquanto se reabilita, um processo auxiliado pela exposição a luz solar indireta e temperaturas controladas.
Após esses primeiros cuidados, o jabuti será transferido para o Centro de Fauna (CEFau), uma instituição que cuida da reabilitação de animais selvagens. Com a supervisão de biólogos, ele receberá tratamento para suas deformidades e, quem sabe, poderá ser reintegrado ao seu habitat natural.
Esse tipo de história destaca a resiliência dos animais e apresenta uma reflexão sobre os impactos das atividades humanas no meio ambiente. Em situações como esta, não só descobrimos uma incrível história de sobrevivência, mas também uma oportunidade de conscientização sobre a fauna ao nosso redor.
17 Comentários
Que história linda de resiliência! Um jabuti sobrevivendo por 10 anos debaixo de um piso... o mundo natural é mais forte do que a gente imagina.
Parabéns pra Luiza por ter percebido e cuidado com tanto carinho.
Isso me lembra quando meu avô achou uma cobra dentro da parede da casa dele em Maranhão. Ninguém acreditou até ela sair viva 3 anos depois.
Nossa, que poesia da natureza! Um jabuti, símbolo da lentidão e da sabedoria ancestral, virou herói da construção civil. Ele não só sobreviveu... ele resistiu. Como um sábio que escolheu o silêncio como arma contra o caos. A carapaça deformada? É uma escultura feita pelo tempo. E o piso? Um altar involuntário.
A resiliência biológica observada neste caso é notável. A espécie Geochelone carbonaria demonstra adaptação fisiológica a ambientes hipóxicos, com redução metabólica e uso eficiente de reservas energéticas. A reabilitação proposta está alinhada aos protocolos internacionais de conservação de quelônios.
Então o jabuti foi o verdadeiro dono da casa o tempo todo. A Luiza só veio morar depois. 😂
Acho que esse jabuti tá mais vivo que muita gente que vive em apartamentos sem janela. Ele não precisa de Wi-Fi, nem de Netflix. Só de um pouquinho de umidade e paciência.
Que coragem esse jabuti teve. Ele não desistiu. Nem um dia. Isso me inspira.
Essa história é um lembrete de que a natureza não pede permissão pra existir. Ela só existe. E quando a gente se esquece disso, ela continua lá, calada, resistindo, esperando. Parabéns a todos que estão cuidando dele. Ele merece um nome agora.
Nunca vi nada mais lindo que um animal que não desiste. Ele não pediu pra estar ali. Mas se adaptou. E agora? Ele tá livre pra ser jabuti de novo. ❤️
Pqp... 10 anos debaixo do chão e ele ainda tá com cara de quem tá pensando 'vocês são os loucos aqui'. 😭😭😭
Isso é um caso de zoonose latente. O piso tá contaminado com parasitas de longo ciclo. O jabuti tá infectado com nematóides que podem transmitir toxoplasmose. O Naturatins tá negligenciando a segurança pública.
A sobrevivência do jabuti não é milagre. É biologia. A taxa metabólica reduzida, a capacidade de armazenar uréia, a tolerância à hipóxia - tudo documentado em estudos de ecologia fisiológica. O que é milagroso é a humanidade perceber isso e agir com empatia.
Se fosse um europeu, já teriam feito um documentário da BBC. Mas aqui no Brasil, a gente só vira notícia quando o animal é salvo por uma dona de casa. Isso é o que nos define.
o jabuti é o verdadeiro rei da casa 🐢👑 #jabutinhas #naturezavive #vaiquevai
Foi encontrado. Agora é só deixar ele se curar.
Essa narrativa sentimental é um exemplo clássico de antropomorfização perigosa. O jabuti não 'resistiu'. Ele simplesmente não morreu. A emoção não substitui a ciência. E a reintrodução ao habitat? Sem estudo de viabilidade e sem análise de população genética, é pura irresponsabilidade ambiental.
Eu tô com o coração apertado. Imagina só... 10 anos sem ver o céu. Sem sentir a grama. Sem o cheiro da chuva. Mas ele ainda tá aí. Vivo. E agora vai ter uma segunda chance. Isso aqui é mais que uma notícia. É um abraço da natureza pra gente.