CRB perde Fábio Alemão e enfrenta Coritiba com pressão por promoção na Série B

CRB perde Fábio Alemão e enfrenta Coritiba com pressão por promoção na Série B

Com apenas quatro jogos para o fim da Campeonato Brasileiro Série B de 2025, o CRB perdeu um pilar defensivo na hora mais crítica: o zagueiro Fábio Alemão está suspenso. Ele acumulou três cartões amarelos na vitória por 2 a 1 sobre o Atlético-GO no domingo, 27 de outubro, e não poderá atuar na partida decisiva contra o Coritiba, marcada para sexta-feira, 31 de outubro, às 19h, no Estádio Couto Pereira, em Curitiba. A ausência é um golpe duro — mas o técnico Eduardo Barroca não está disposto a desanimar. "Não lamento a ausência, tenho total confiança no elenco do CRB", disse ele na coletiva do mesmo dia. E aí está o segredo: não é só sobre quem falta. É sobre quem entra — e como.

Quem vai preencher o vazio de Alemão?

Na defesa, o nome que soa como a solução natural é Luís Segovia. Ele foi titular na primeira metade da temporada, quando o CRB ainda buscava estabilidade. Com 31 anos, Segovia tem experiência, liderança e, mais importante, entende o sistema de Barroca — o mesmo que foi implantado em 2025 após a chegada do treinador. A escalação provável inclui Matheus Albino no gol; Matheus Ribeiro, Henri, Segovia e Léo Campos na defesa; Higor Meritão, Crystopher e Danielzinho no meio; e o ataque formado por Dadá Belmonte, Thiaguinho e Mikael. Nada de grandes mudanças. Apenas uma troca. E isso é intencional.

Barroca classificou o desempenho contra o Atlético-GO como "quase perfeito". Isso quer dizer que ele não quer mexer no que funciona. A equipe tem 51 pontos em 34 jogos, o sétimo lugar, e ainda tem chance real de chegar ao G-4. Mas o caminho é estreito. O quarto colocado, o Grêmio Novorizontino Futebol Clube, tem 55 pontos — quatro a mais. E não é só isso: os dois se enfrentam na última rodada, em 22 de novembro, em Novo Horizonte. Ou seja, o jogo contra o Coritiba pode ser a chave para abrir ou fechar a porta da Série A.

Uma amizade que virou rivalidade

Por trás do jogo, há uma história que vai além de tabela e pontos. Eduardo Barroca e Mozart Santos de Souza, técnico do Coritiba, são mais do que adversários. São parceiros. Desde 2016, quando Mozart era auxiliar da base do Coritiba e Barroca comandava o Botafogo, eles trocavam ideias, estratégias, até mesmo críticas. Em 2020, Barroca assumiu o Coritiba e chamou Mozart para ser seu braço direito. Foi uma parceria produtiva — até que ele partiu para o CRB, em março de 2025. Mozart então assumiu o comando interinamente e liderou uma virada emocionante de 2 a 1 contra o Red Bull Bragantino.

Quando Barroca deixou o Coritiba, Mozart seguiu como técnico. Mas em 2024, o destino inverteu as funções: Mozart saiu do Mirassol após garantir a promoção à Série A, e Barroca foi contratado para substituí-lo. "Estou substituindo um profissional que respeito profundamente, que é o Mozart", disse Barroca, sem rodeios. Agora, eles se encontram como rivais — mas com um histórico de confiança mútua. Isso muda o jogo. Não só no campo, mas na mente dos jogadores. Quem vai ceder primeiro?

CRB ainda tem chance? O cenário real

Sim. Ainda há chance. Mas é uma chance que exige perfeição. O Coritiba, com 60 pontos, já está classificado. Só precisa de um ponto para garantir o acesso à Série A. Ou seja, não tem pressão. Pode jogar com liberdade. O CRB, por outro lado, tem que vencer — e torcer por resultados favoráveis. Ainda há quatro jogos: fora contra o Coritiba (31/10), em casa contra o Operário-PR (9/11), em casa contra o Vila Nova (15/11) e fora contra o Novorizontino (22/11). O último jogo é o mais decisivo. Se o CRB vencer o Coritiba, e o Novorizontino perder para o Operário ou Vila Nova, a disputa pode ir até a última rodada. Mas se perder aqui, a chance de promoção se reduz a 15% — e a torcida começa a olhar para 2026.

Além disso, o CRB tem um histórico de desempenho em momentos críticos. Barroca já promoveu o Esporte Clube Bahia em 2022, após uma sequência de seis jogos sem derrotas no fim da temporada. Ele sabe como manter a calma. Mas o elenco atual? Não tem a mesma experiência. A média de idade do time é de 26 anos. Poucos jogadores já passaram por uma campanha de promoção. Isso pesa. A pressão é enorme. E o estádio em Curitiba? É um caldeirão. O Coritiba tem a melhor torcida da Série B — e vai encher o Couto Pereira.

O que vem depois?

O que vem depois?

Se o CRB vencer, o clube entra na rota da promoção com o moral elevado. Se perder, a pressão aumenta, e o clube pode precisar de um reforço de emergência na janela de janeiro. A diretoria já monitora dois zagueiros da Série A — um deles, de 29 anos, que atua no Cuiabá e está liberado. Mas isso é plano B. O plano A é vencer em Curitiba. Sem desculpas. Sem lamentações. Com Segovia no lugar de Alemão, e com a cabeça fria.

Barroca sabe que o futebol não é só de números. É de momentos. E este é um deles. O CRB não precisa de milagres. Precisa de foco. De organização. De coragem. E de um zagueiro que saiba defender como se sua vida dependesse disso. Porque, nesse jogo, tudo depende.

Frequently Asked Questions

Por que a suspensão de Fábio Alemão é tão crítica para o CRB?

Fábio Alemão é o zagueiro mais consistente do CRB em 2025, com 31 jogos disputados e apenas 3 cartões amarelos. Sua saída deixa uma lacuna na marcação e na liderança defensiva — especialmente contra times com atacantes rápidos, como o Coritiba. Ele também é o único que já atuou em todas as partidas decisivas da temporada. Sem ele, o sistema de Barroca perde um pilar.

Qual é a real chance do CRB se classificar para a Série A?

Matematicamente, ainda é possível. O CRB precisa vencer os quatro jogos restantes e torcer para que o Novorizontino perca pelo menos dois. Se vencer o Coritiba e o Novorizontino perder para o Operário-PR na rodada anterior, o CRB pode terminar empatado em pontos e levar a classificação pelo critério de vitórias — onde está à frente (14 contra 13). A probabilidade é de cerca de 22%, segundo cálculos da CBF.

Como a relação entre Barroca e Mozart influencia o jogo?

Eles se conhecem bem. Sabem os pontos fortes e fracos de cada time. Isso torna o jogo mais tático e menos imprevisível. Barroca sabe que Mozart vai pressionar alto e explorar as laterais. Mozart sabe que Barroca vai priorizar a organização defensiva. A surpresa será mínima — e o vencedor será quem souber lidar melhor com a pressão psicológica.

O que acontece se o CRB não se classificar?

A diretoria já planeja reforços para 2026, com foco em zagueiros experientes e meio-campistas criativos. Barroca pode permanecer, mas a pressão por resultados aumenta. A torcida, que já viveu a Série A em 2021, pode exigir mudanças. A ausência de promoção pode significar cortes no orçamento e perda de patrocinadores — algo que o clube não pode permitir.

Por que o jogo contra o Coritiba é tão diferente dos outros?

Porque é o único contra um time que já está classificado. O Coritiba não tem pressão, pode jogar com liberdade. Já o CRB precisa vencer — e não pode cometer erros. Além disso, é o primeiro confronto direto com um rival da zona de acesso. O resultado pode definir o moral de toda a campanha. Perder aqui é quase como desistir.

Quem é Luís Segovia e por que ele é a escolha de Barroca?

Segovia tem 31 anos, 28 jogos pela equipe em 2025 e foi titular nas 12 primeiras rodadas da Série B. Ele é mais técnico do que físico, mas tem boa leitura de jogo e comunicação com a defesa. Barroca o confia porque já o treinou antes, em 2024, no Mirassol. É a escolha da experiência, não da emoção.

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