
Cristina Buarque de Holanda, referência do samba e irmã de Chico Buarque, morreu aos 74 anos. Sua trajetória discreta, mas profunda, rendeu homenagens emocionadas de artistas e fãs, reforçando o papel marcante da cantora na música brasileira.
Se você já ouviu "Conversa de Botequim" ou "A Banda", provavelmente já cruzou com o nome Chico Buarque. Ele não é só um cantor famoso; é um escritor, dramaturgo e um dos maiores críticos da sociedade brasileira. Essa mistura de talentos faz dele uma referência que atravessa gerações.
Nasceu em 1944, no Rio de Janeiro, numa família que já vivia arte. Ainda adolescente, começou a tocar violão e compor, inspirando‑se nos sambas de Cartola e nos protestos da década de 60. Seu primeiro álbum, "Chico Buarque de Hollanda", chegou em 1966 e já mostrava a cara de quem queria usar a música como ferramenta de mudança.
As letras de Chico são cheias de ironia e observação social. Em "Cálice", por exemplo, ele denuncia a censura da ditadura, mas faz isso de forma que a música ainda passasse pelos filtros da época. Essa habilidade de falar de assuntos difíceis sem perder a melodia é o que o diferencia.
Nos anos 80, Chico entrou de cabeça na literatura. "Estorvo" e "Budapest" são romances que misturam suspense e crítica social, mostrando que ele sabe contar histórias fora do palco. No teatro, peças como "Roda Viva" e "Ópera do Malandro" trouxeram ao público a mesma pegada de suas canções: questionar, emocionar e fazer pensar.
Mesmo com tantas áreas, Chico nunca abandonou a música. Álbum após álbum, ele se reinventa: de samba-enredo a MPB mais intimista, de parcerias com Caetano Veloso a colaborações com jovens artistas. Essa adaptabilidade mantém seu nome nos tops das playlists e nas listas de livros recomendados.
Então, por que Chico Buarque continua relevante? Primeiro, porque fala a linguagem da gente, sem rodeios. Segundo, porque suas obras são atemporais – o que ele cantou sobre injustiça nos anos 70 ainda ecoa nos protestos de hoje. Por fim, porque ele representa a união entre arte e ativismo, mostrando que criar pode ser também transformar.
Se ainda não conhece a fundo o trabalho de Chico, comece pela discografia dos anos 70, leia "Budapest" e assista a um espetáculo de "Ópera do Malandro". Você vai perceber que, mais que artista, ele é um ponto de referência da cultura brasileira.
Cristina Buarque de Holanda, referência do samba e irmã de Chico Buarque, morreu aos 74 anos. Sua trajetória discreta, mas profunda, rendeu homenagens emocionadas de artistas e fãs, reforçando o papel marcante da cantora na música brasileira.