No domingo, 26 de outubro de 2025, às 20h (UTC-3), o Sociedade Esportiva Palmeiras e o Cruzeiro Esporte Clube empataram em 0 a 0 no Allianz Parque, em São Paulo, pela 30ª rodada do Brasileirão Série A 2025. O jogo, disputado diante de 42.107 torcedores, encerrou sem gols uma das maiores sequências ofensivas da história do campeonato — e deixou o time da casa com a sensação de que algo estava errado. Palmeiras, líder com 61 pontos (19 vitórias, 4 empates e 5 derrotas), vinha marcando em média 3,7 gols por jogo em casa. Cruzeiro, terceiro colocado com 56 pontos (16 vitórias, 8 empates e 5 derrotas), saiu de São Paulo com um ponto valioso, mas sem brilho.
Uma noite sem gols, mas cheia de histórias
Antes deste jogo, o Palmeiras tinha marcado 26 gols em seus últimos sete jogos como mandante na Série A — uma marca inédita na competição, superando até a famosa sequência do Fluminense em 1975 e do São Paulo entre 1986 e 1987. Era o time mais perigoso em casa. Mas na noite de 26 de outubro, a defesa cruzeirense, organizada e disciplinada, fechou como um muro. Nenhum chute do ataque alviverde, nem mesmo de Vitor Roque ou Felipe Anderson, conseguiu furar a linha de quatro defensores de Cruzeiro. O goleiro Carlos Miguel, por sua vez, não teve muito o que fazer. Afinal, os visitantes também não criaram chances claras. Foi um jogo de poucas emoções, mas de muita estratégia.VAR decide: amarelo em vez de vermelho
A única grande polêmica do jogo veio aos 32 minutos do segundo tempo. O zagueiro Gustavo Gómez, do Palmeiras, entrou com força no meio-campista do Cruzeiro em uma disputa de bola. O árbitro apontou para o centro do campo, pronto para mostrar o vermelho direto — até que o Comissão de Arbitragem da CBF interveio. Após revisão no VAR, a decisão foi alterada: amarelo, em vez de vermelho. O comunicado oficial da CBF, publicado na mesma noite, esclareceu: “Após revisão o árbitro aplica o cartão amarelo”, referindo-se à regra 12 sobre “entradas perigosas, cargas excessivas ou tentativas de chutar”. A decisão gerou reações mistas: torcedores do Palmeiras comemoraram, enquanto os cruzeirenses reclamaram da falta de severidade. Mas o fato é que, em um jogo sem gols, até um cartão pode virar o foco principal.Um estádio com alma, e um histórico de dominância
O Allianz Parque, localizado na Avenida Francisco Matarazzo, 409, em Água Branca, é mais que um estádio. É um templo. Desde 2014, substituindo o antigo Palestra Itália (1917-2010), ele acolheu 7 vitórias, 5 empates e apenas 3 derrotas do Palmeiras contra o Cruzeiro. A última vitória dos mineiros aqui foi em 2014 — quase uma década atrás. Neste período, o Palmeiras construiu uma identidade de força em casa. E não era só em números: era no clima, no grito, na pressão. A diretoria, sob o comando da CEO Leila Zanotto, investiu pesado na experiência do torcedor. Mas nessa noite, mesmo com a torcida gritando, o gol não veio.
Um empate que pesa na Libertadores
Aqui está o ponto que mais dói para o Palmeiras: este empate não é só um ponto perdido na tabela. É um obstáculo na caminhada para a Libertadores. Na quinta-feira, 30 de outubro, o time enfrenta o LDU Quito na volta das quartas de final da competição sul-americana, com uma desvantagem de 3 a 0 da ida. O técnico não pôde poupar jogadores. Vitor Roque, que vinha em ótima fase, jogou os 90 minutos. Andreas Pereira, o nervo central, também não poupou esforço. Mas a falta de gols aqui, em casa, é um sinal vermelho. Como reverter um déficit de três gols se o time não consegue marcar nem contra um adversário que não tem ambição de vencer? O problema não é só o Cruzeiro. É o próprio ritmo do Palmeiras, que parece ter perdido o faro do gol.O que vem a seguir? O calendário aperta
A próxima rodada do Brasileirão será em 2 de novembro, quando o Palmeiras visita o Corinthians. Já o Cruzeiro recebe o Atlético-MG. Ambos os jogos são decisivos. Para o Palmeiras, o empate contra o Cruzeiro foi um alerta. Eles não podem mais contar com a sorte. Precisam de eficiência. Para o Cruzeiro, o resultado foi um alívio. Mas a equipe ainda precisa de mais consistência para sonhar com o título. Enquanto isso, a torcida do Palmeiras fica com uma pergunta na cabeça: será que o time que marcava 3,7 gols por jogo em casa desapareceu? Ou foi só uma noite ruim?
Contexto histórico: quando o Allianz Parque virou fortaleza
Desde sua inauguração em 2014, o Allianz Parque tornou-se um dos lugares mais temidos do futebol brasileiro. O Palmeiras venceu 82% dos jogos como mandante na Série A nesse período. O recorde de gols em casa foi quebrado em 2025, com 26 gols em sete jogos. Mas a pressão também aumentou. Cada empate, cada gol sofrido, vira tema de debate nas redes. A equipe, que já foi campeã da Libertadores em 2020 e 2021, agora vive uma fase de transição. A geração de Dudu e Luan está dando lugar a jovens como Vitor Roque e Khellven. E o time ainda não encontrou o equilíbrio entre juventude e experiência. Nesse cenário, um empate sem gols contra o Cruzeiro não é só um resultado. É um reflexo de um momento delicado.Como o jogo foi transmitido e registrado
A partida foi transmitida ao vivo pela Jovem Pan Esportes, com narração de José Manoel de, e os destaques foram publicados no dia seguinte pela Fanatiz, com um vídeo de 11 minutos e 54 segundos, distribuído em redes sociais como Instagram, TikTok e Twitter. O material, que já ultrapassou 2,3 milhões de visualizações, mostrou momentos de tensão, mas nenhum gol. O silêncio da torcida no final foi tão marcante quanto o placar.Frequently Asked Questions
Por que o empate 0 a 0 entre Palmeiras e Cruzeiro foi tão inesperado?
Foi inesperado porque o Palmeiras vinha marcando 26 gols em sete jogos em casa na Série A 2025, com média de 3,7 gols por partida — recorde histórico da competição. Cruzeiro, por sua vez, tinha sofrido 12 gols nos últimos cinco jogos fora de casa. O fato de nenhum dos dois times conseguir marcar, mesmo com o Palmeiras dominando o jogo, aponta para uma defesa mais organizada dos mineiros e uma perda de eficiência ofensiva da equipe da casa.
Qual foi o impacto da decisão do VAR no jogo?
A mudança de vermelho para amarelo no lance de Gustavo Gómez foi decisiva para o clima da partida. Se o zagueiro fosse expulso, o Palmeiras teria jogado com 10 homens contra um Cruzeiro já retraído. Isso poderia ter aberto espaço para um contra-ataque e talvez um gol. O fato de o jogo permanecer 0 a 0 mostra como o VAR, mesmo sem mudar o resultado, alterou o fluxo psicológico do confronto, especialmente para os torcedores do Palmeiras, que viram uma chance de vantagem desaparecer.
Como esse resultado afeta a disputa pelo título do Brasileirão?
O empate deu um fôlego ao Cruzeiro, que se manteve a três pontos do líder, mas o Palmeiras perdeu a chance de ampliar a vantagem. Com 61 pontos, ainda é favorito, mas agora precisa vencer os próximos jogos sem erros. O segundo colocado, Flamengo, está a 4 pontos e enfrenta times mais fáceis nas próximas rodadas. Se o Palmeiras continuar com esse desempenho ofensivo, pode perder o título por causa de empates inesperados como este.
O que o Palmeiras precisa fazer para reverter o 3 a 0 contra o LDU Quito na Libertadores?
Precisa de um milagre ofensivo. Vencer por 4 a 0 ou mais, e ainda assim correr o risco de levar um gol fora de casa. O time precisa de eficiência, não só de posse de bola. Vitor Roque e Felipe Anderson precisam estar em estado de graça. Mas o problema maior é que, no último jogo em casa, o time não marcou nem um gol. Sem mudar esse padrão, a classificação é improvável — mesmo com a vantagem de jogar em casa na volta.
O Cruzeiro pode sonhar com o título da Série A com esse resultado?
É improvável, mas não impossível. Com 56 pontos, o Cruzeiro está a 5 pontos do líder e precisa vencer todos os jogos restantes e torcer por tropeços do Palmeiras e do Flamengo. O empate em São Paulo foi um passo importante para manter a esperança, mas a equipe ainda sofre muito em ataques e tem apenas 3 vitórias em 10 jogos fora de casa. Para sonhar com o título, precisaria de um milagre tático e de uma melhora radical na finalização.
Por que o Allianz Parque é tão importante para o Palmeiras?
É o berço da moderna identidade do clube. Desde 2014, o estádio tornou-se símbolo de domínio, com 82% de aproveitamento como mandante na Série A. A arquitetura, a acústica e a proximidade com os torcedores criam um ambiente único. O Palmeiras venceu 7 dos últimos 15 confrontos contra o Cruzeiro ali, e a torcida é considerada a mais ruidosa do país. Sem esse apoio, o time perde parte de sua força. Nessa noite, mesmo com a torcida gritando, o gol não veio — e isso assusta.
