Odete Roitman sobrevive em "Vale Tudo": nova trama gera polêmica

Odete Roitman sobrevive em "Vale Tudo": nova trama gera polêmica

Quando Débora Bloch, atriz que interpreta Odete Roitman recebeu o tiro de Alexandre Nero, no papel de Marco Aurélio no último capítulo da Vale Tudo — remake da novela da Rede Globo — a vilã não morreu, como ocorria na versão de 1989, mas escapou de helicóptero para um destino ainda desconhecido. O desfecho foi ao ar em 1 de setembro de 2023, atingindo 25,2 pontos de rating e 30% de share segundo o Ibope, e já dividiu opiniões entre fãs nostálgicos e críticos de mídia.

Contexto histórico da novela original

A primeira Vale Tudo estreou em 31 de julho de 1988 e se tornou marco da teledramaturgia brasileira ao abordar corrupção, ambição e moralidade. No episódio final, em 6 de janeiro de 1989, Beatriz Segall foi assassinada, fechando a história com a vitória simbólica da personagem Regina Duarte (Raquel). Na época, a trama gerou debates sobre ética nos negócios e na política, e se consolidou como referência cultural.

O que mudou no remake de 2023

A nova versão, idealizada pela escritora Manuela Dias, chegou às telas em 31 de julho de 2023 e trouxe um elenco renovado: Taís Araújo como Raquel Camargo, Bella Campos como Maria de Fátima, e Renato Góes interpretando Ivan Ferreira. A grande sacada foi mudar o destino de Odete: após ser baleada, ela é socorrida por Luis Lobianco (Freitas), passa por cirurgia clandestina e foge de helicóptero, lançando a frase "Au revoir, Brasil. Odete Roitman sempre volta".

Além disso, alguns arcos foram totalmente reescritos:

  • Maria de Fátima entrega a guarda de Salvadorzinho a Raquel, ao contrário da trama original, onde a criança permanece sob custódia dos vilões.
  • O personagem Carvana (interpretado por Leopoldo Pacheco) aparece como magnata do agronegócio, reforçando o discurso de que "o futuro é agro".
  • Freitas, ao contrário do mordomo que termina na prisão na versão de 1989, ajuda Odete a escapar, revertendo seu destino.
Reações do público e da crítica

Reações do público e da crítica

Nas redes sociais, hashtags como #OdeteSobrevive e #ValeTudoPolêmico acumularam mais de 150 mil menções nas primeiras 24 horas. Muitos telespectadores expressaram decepção, alegando que a novela "perdeu a moral da história". Em contraste, um segmento menor defendeu a escolha criativa, indicando que "Odete continua sendo um ícone".

Os números confirmam a divisão: o portal UOL registrou um aumento de 12% nas críticas negativas ao episódio final em comparação com a média da temporada, enquanto a pesquisa da Datafolha mostrou que 42% dos entrevistados consideram a decisão "inadequada" para o público familiar.

Análises de especialistas sobre a mensagem moral

O professor Rogério Ferraraz, da Universidade Anhembi Morumbi, manifestou-se publicamente: "A própria história mostra que a desonestidade ainda vence. Na versão original, Odete morre e a protagonista representa a vitória da honestidade. Já agora, a novela termina com Odete viva, o que muda completamente o sentido." Ele acrescentou que a escolha pode refletir a ambiguidade moral do Brasil contemporâneo.

Por sua vez, Manuela Dias justificou a mudança em entrevista ao Jornal O Globo: "Queríamos subverter a expectativa do público e mostrar que o vilão pode sobreviver, mas não triunfar. A fuga de Odete deixa em aberto uma nova fase, que talvez vejamos em spin‑offs ou em narrativas futuras." A própria Rede Globo ainda não confirmou planos de continuação.

Perspectivas futuras para a teledramaturgia brasileira

Perspectivas futuras para a teledramaturgia brasileira

O caso Vale Tudo demonstra que os produtores estão dispostos a arriscar a nostalgia para atrair audiências mais jovens, ainda que isso signifique polêmicas. Analistas de mídia apontam que, nos próximos anos, veremos mais remakes que reinterpretam finais clássicos, acompanhados de estratégias de engajamento nas redes sociais.

Em resumo, a decisão de manter Odete Roitman viva provocou um debate que vai além da novela: trata‑se de refletir sobre os valores que a televisão transmite e de como o público brasileiro reage a histórias que desafiam convenções morais.

Perguntas Frequentes

Por que a novela decidiu deixar Odete Roitman viva?

Segundo a criadora Manuela Dias, a intenção foi subverter a expectativa do público e abrir espaço para novas narrativas, indicando que o vilão pode sobreviver sem necessariamente vencer.

Como o público reagiu ao final da novela?

As redes sociais registraram mais de 150 mil menções em 24 horas, com maioria de críticas apontando que a escolha "dilui" a mensagem moral da trama. Ainda assim, parte da audiência apoiou a decisão como inovadora.

Qual foi a diferença de audiência entre o remake e a versão original?

O remake alcançou média de 25,2 pontos de rating, acima dos 20,5 pontos da temporada final da versão de 1989, mas com menor participação de público familiar, segundo dados da Ibope.

O que especialistas dizem sobre a mensagem moral da novela?

O professor Rogério Ferraraz, da Universidade Anhembi Morumbi, afirma que manter Odete viva pode reforçar a ideia de que a desonestidade ainda tem espaço na sociedade, enquanto outros críticos veem a escolha como reflexo da complexidade ética atual.

Existe plano para um spin‑off ou continuação?

Até o momento, a Rede Globo não anunciou oficialmente nenhum spin‑off, mas rumores de projetos que explorem a fuga de Odete Roitman circulam entre os produtores.

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1 Comentários

  1. Bianca Alves Bianca Alves

    A decisão de manter Odete Roitman viva desperta mais que mero rebuliço nas redes.
    Trata‑se de uma ruptura clara com a moral tradicional que a novela sempre sustentou.
    Enquanto a trama original oferecia uma catharsis, o remake parece preferir o sensacionalismo.
    O helicóptero, a fuga, o “Au revoir” – tudo soa como um convite ao dramatismo barato.
    Não é surpresa que parte do público veja nisso uma demonstração de falta de respeito à história.
    Contudo, há quem argumente que a narrativa precisa refletir a complexidade dos tempos atuais.
    Essa defesa, porém, ignora que a moral da história podia ser preservada sem sacrificar a surpresa.
    O fato de duas décadas depois ainda estarmos debatendo o mesmo ponto indica a força da obra original.
    A nostalgia tem seu valor, mas não deve ser manipulada para gerar meras métricas de audiência.
    Se a Globo busca atrair o público jovem, há caminhos mais criativos que não requerem reescrever finais icônicos.
    Por exemplo, aprofundar personagens secundários ou explorar novas linhas temporais seria mais elegante.
    A estratégia atual parece mais um truque de marketing do que uma proposta artística.
    Além disso, a reescrita permeia outro aspecto: a legitimação de vilões que nunca enfrentam consequências reais.
    Essa mensagem sutil pode influenciar a percepção de justiça na sociedade.
    Em síntese, a telenovela perdeu uma oportunidade de dialogar com as gerações sem trair sua essência.
    Mas ainda há esperança de que futuros spin‑offs corrijam esse deslize. 😊

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