Laver Cup 2025: Europa abre 3-1 com vitória de Ruud; João Fonseca brilha na estreia

Laver Cup 2025: Europa abre 3-1 com vitória de Ruud; João Fonseca brilha na estreia

Primeiro dia intenso, placar pesado e um estreante que roubou a cena. A Europa abriu 3 a 1 na Laver Cup 2025 em São Francisco, apoiada em um Casper Ruud afiado, na solidez do tcheco Jakub Mensik e no retorno vitorioso de Carlos Alcaraz nas duplas. Do outro lado, o Brasil ganhou um novo capítulo de esperança com a estreia empolgante de João Fonseca, o mais jovem a disputar o evento, vencendo com autoridade sob o olhar atento de Roger Federer nas arquibancadas.

Ruud dita o ritmo; Mensik sofre, mas entrega

Casper Ruud abriu a série para o Time Europa controlando o gigante Reilly Opelka por 6-4, 7-6(4). O norueguês levou para a quadra um ajuste curioso: cabeça de raquete ligeiramente menor. O resultado apareceu no saque e no controle dos golpes. Ele venceu 88% dos pontos com o primeiro serviço e salvou os dois break points que encarou. No jogo de devolução, fez a diferença: ganhou 28% dos pontos na devolução, contra 16% de Opelka. Não é fácil segurar um sacador desse porte, e Ruud fez isso nos detalhes.

Passado recente pesou. No ano anterior, ele abriu o torneio com derrota. Desta vez, o tom foi outro. Ruud falou em sensação de revanche e em “começo certo” para a Europa. Na prática, foi um manual de como jogar contra um sacador: variação na altura do quique, devolução baixa nos pés, paciência para encurtar pontos sem forçar erro.

Na sequência, Jakub Mensik foi do passeio ao drama. Amassou no primeiro set, 6-1, perdeu a mão no segundo e viu Alex Michelsen crescer, 6-7(3). O desfecho ficou para o match tie-break, e foi tenso: 10-8 para o tcheco. Mensik tem 1,96 m, bate reto e entra na bola sem pedir licença, mas ainda oscila quando o adversário muda o ritmo. Michelsen empurrou o rival para trás com slices e boa leitura de saque. No fim, prevaleceu a coragem do tcheco de acelerar a devolução em 9-8—ponto que valeu praticamente como um set point.

João Fonseca surpreende; Alcaraz retorna com vitória nas duplas

João Fonseca surpreende; Alcaraz retorna com vitória nas duplas

O Time Mundo reagiu com um nome que o público brasileiro já acompanha de perto: João Fonseca, 19 anos, estreante e, agora, o mais jovem a pisar na Laver Cup. Ele virou de 2-4 para 6-4, 6-3 contra o italiano Flavio Cobolli. Não tremeu quando precisou sacar em 4-4, achou primeiros serviços em momentos-chave e soltou a direita pesada que já virou marca. Ele admitiu que sentiu os nervos de estreia, mas deu crédito ao grupo—e a Andre Agassi, novo capitão do Time Mundo—por manter a cabeça no lugar.

A quadra comprou a energia do brasileiro. Cada recuperação de bola virava barulho. Fonseca alternou bolas profundas com mudanças de direção rápidas, tirando Cobolli da zona de conforto. O detalhe mais animador: quando perdeu a frente no set inicial, não entrou em espiral. Ajustou o toss do saque, acelerou na paralela e retomou o controle. Jogo de gente grande.

Para fechar o dia, a Europa tratou de esfriar a reação do Mundo nas duplas. Carlos Alcaraz, em seu primeiro jogo oficial desde o título do US Open e o retorno ao número 1 do ranking, se juntou a Mensik para bater Taylor Fritz e Alex Michelsen por 7-6(7), 6-4. O espanhol ainda estava em ritmo de retomada, mas leu muito bem as devoluções no tie-break e brilhou no fundo de quadra. Mensik fez o papel de ponta no voleio, ocupando a rede com presença e fechando ângulos. Do outro lado, Fritz teve bons games de saque, porém os americanos cederam a mini vantagem no fim dos sets—e foi o suficiente.

Se alguém ainda tinha dúvida sobre a importância das duplas na Laver Cup, o placar explica. Em um torneio curto, cada porta fechada no fim do dia pesa no moral. Alcaraz trouxe confiança, e Mensik, que já vinha de vitória suada, levou o embalo para um jogo limpo na rede. Para a Europa, foi ponto com efeito colateral: amplia a frente e segura o ímpeto que Fonseca havia dado ao Time Mundo.

A dinâmica do torneio continua a mesma: cada vitória vale um ponto na sexta, dois no sábado e três no domingo. Quem chega primeiro a 13 pontos levanta o troféu. Com 3-1 no marcador, a Europa entrou no sábado com margem, mas não dá para relaxar: a conta pode mudar rápido quando os jogos passam a valer o dobro.

Resultados do dia:

  • Casper Ruud (Europa) d. Reilly Opelka (Mundo) – 6-4, 7-6(4)
  • Jakub Mensik (Europa) d. Alex Michelsen (Mundo) – 6-1, 6-7(3), 10-8
  • João Fonseca (Mundo) d. Flavio Cobolli (Europa) – 6-4, 6-3
  • Carlos Alcaraz/Jakub Mensik (Europa) d. Taylor Fritz/Alex Michelsen (Mundo) – 7-6(7), 6-4

O sábado promete confronto de estilos. Alexander Zverev encara Alex de Minaur, um dos melhores contra-atacadores do circuito. O alemão costuma mandar no ponto com o backhand e a primeira bola profunda; o australiano compensa com defesa elástica e transições rápidas. Se Zverev ajustar o primeiro saque, corta as chances de quebra. Se a troca alongar, de Minaur entra no jogo.

Holger Rune pega Francisco Cerúndolo em duelo de pesados no fundo. O dinamarquês vive de intensidade e backhand agressivo; o argentino adora pista lenta e usa o topspin para abrir espaço de forehand. A chave deve estar na devolução de segundo saque: quem atacar primeiro tende a mandar no rally. No papel, Rune tem mais armas, mas Cerúndolo é do tipo que não dá ponto de graça.

Nas duplas, a Europa escala Casper Ruud e Holger Rune contra Alex de Minaur e Alex Michelsen. Jogo para trabalhar cruzamentos e ocupar a rede. Se Ruud trouxer o mesmo padrão de primeiro saque da sexta e Rune baixar a bola nos pés dos rivais, a Europa larga favorita. Para o Mundo, o caminho está em pressionar o segundo saque e fazer Michelsen soltar o braço na devolução.

Para além do placar, a Laver Cup segue cumprindo a proposta: colocar estrelas e promessas no mesmo palco, com clima de equipe, em fim de temporada. Federer—cofundador do evento—assistiu às partidas e, como sempre, virou imã de câmeras. Do outro lado das cadeiras, Agassi já estampa o novo ciclo do Time Mundo com discurso simples: agressividade e atitude. A mensagem chegou a João Fonseca, que respondeu com uma atuação madura.

O ponto de atenção para o sábado? Gestão de energia. Mensik jogou simples e duplas; pode sentir. Alcaraz está voltando e deve ser preservado fora de simples por enquanto. No Mundo, o foco é turbinar quem ganhou bem—Fonseca—e tirar peso dos ombros de Michelsen após dois jogos duros. Em formatos curtos, o timing vale tanto quanto o ranking.

Com 3-1, a Europa tem a vantagem psicológica e matemática. Ainda assim, o sábado vale o dobro e abre espaço para viradas. Quem dominar os pontos curtos no saque, ler melhor as devoluções e se adaptar ao ritmo da quadra vai subir no placar. A conta final passa por isso, lance a lance.

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