
Na manhã de terça‑feira, enquanto o elenco do Flamengo se organizava para a viagem a La Plata, um ruído de explosões ecoou nas proximidades do hotel onde a delegação estava hospedada. Torcedores do Estudiantes, conhecidos por adotar estratégias de intimidação, lançaram uma sequência de fogos de artifício, criando um clima de tensão que rapidamente se espalhou pelas redes sociais.
O histórico da partida e a vantagem carioca
O duelo faz parte da Copa Libertadores 2025, nas quartas de final. No primeiro encontro, realizado no Maracanã, o Flamengo saiu vitorioso por 2 a 1, com gols de Gabigol e Arrascaeta. A vitória deu ao time brasileiro a vantagem de um gol de diferença e o direito de decidir o duelo em casa caso o placar fosse igualado no segundo jogo. A partida de volta, portanto, tornou‑se um teste de resistência física e mental para os argentinos, que precisam reverter o resultado diante de seu torcedor.
Na Argentina, a atmosfera nos estádios costuma ser carregada de fervor; o Estudiantes, em particular, tem uma tradição de criar impedimentos sonoros – cornetas, cantos e, recentemente, fogos – para ‘machucar’ o adversário antes mesmo do apito iniciar. Essa prática, embora não seja nova, ganhou destaque nos últimos anos, sobretudo em confrontos onde o prêmio é muito alto.

Reação do Flamengo e implicações para o jogo
O diretor esportivo do Flamengo, ao receber relatos da equipe de segurança, gravou um vídeo mostrando as explosões e compartilhou nas redes oficiais do clube. Em nota rápida, o clube respondeu que seus jogadores foram mantidos em ambiente controlado, com acompanhamento de psicólogos e fisioterapeutas para minimizar os efeitos de possíveis distrações.
Além da resposta institucional, alguns jogadores comentaram de forma discreta que a situação poderia até servir de motivação extra. O capitão, Gabriel Barbosa, afirmou que o time tem “tradição de superar adversidades”. Já o técnico reforçou a importância de manter a concentração nos aspectos táticos e não deixar que barulhos externos alterem o plano de jogo.
Especialistas em segurança esportiva alertam que o uso de fogos pode violar normas de segurança dos estádios e hotéis, colocando em risco não só atletas, mas também imprensa e staff. A Conmebol, órgão regulador da competição, já investigou incidentes similares em edições anteriores e aplicou multas a clubes cujos torcedores ultrapassaram limites aceitáveis.
Para o Estudiantes, a estratégia pode ser vista como tentativa de compensar o déficit no placar, criando um ambiente hostil que possa gerar falhas de concentração nos visitantes. Historicamente, outros clubes que fizeram uso de táticas semelhantes – como o Boca Juniors em 2018 contra o River Plate – não garantiram o resultado desejado, mostrando que o efeito psicológico tem limites.
Com a partida marcada para o próximo dia, a expectativa agora se volta para a postura dos jogadores em campo. O Flamengo, defendendo sua vantagem, buscará controlar o ritmo e aproveitar o apoio da torcida local, enquanto o Estudiantes tentará reverter a situação diante de seu público fervoroso, sem depender apenas de ruídos externos. O clima já está quente, e a partida promete ser um dos capítulos mais intensos da Copa Libertadores deste ano.