Amputação do Reto: Uma Medida Necessária para Certos Pacientes
O câncer colorretal pode exigir formas de tratamento bastante invasivas quando diagnosticado em estágios avançados. Em certos casos, como o da cantora Preta Gil, a amputação do reto torna-se uma medida necessária para garantir a remoção completa do tumor e preservar a vida do paciente. Gil revelou, em uma entrevista ao programa 'Fantástico', que passou por essa cirurgia no ano passado, e discutiu as implicações desse procedimento em sua vida e saúde.
O câncer colorretal se desenvolve no cólon ou no reto, partes finais do intestino grosso, e é um dos tipos mais comuns de câncer no Brasil e no mundo. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), a estimativa para 2022 foi de 45.630 novos casos no país. A detecção precoce é crucial para o sucesso do tratamento, contudo, em situações onde o tumor está avançado e localizado próximo ao ânus, a amputação do reto pode ser a única opção segura.
Quando a Amputação do Reto se Torna Necessária
O Dr. Sidney Klajner, cirurgião do aparelho digestivo e presidente do Hospital Israelita Albert Einstein, explica que a principal meta no tratamento do câncer é a remoção completa da neoplasia com uma margem de segurança, preservando ao máximo a qualidade de vida do paciente. Porém, quando o tumor está muito próximo ao ânus, a criação de uma margem segura de 2 centímetros sem comprometer a musculatura regional é difícil. Nesses casos, a amputação do reto é considerada.
Os tratamentos iniciais geralmente incluem a quimioterapia e a radioterapia para reduzir o tamanho do tumor e, se possível, evitar a cirurgia de amputação. No entanto, se esses tratamentos não resultam em remissão, a cirurgia torna-se inevitável. Além disso, a localização do tumor influenciará a decisão cirúrgica, especialmente se ele estiver próximo aos esfíncteres anais, órgãos vitais para a continência.
Impactos na Rotina do Paciente
Passar por uma amputação do reto é um processo que muda significativamente a vida do paciente e sua rotina diária. Preta Gil compartilhou como adaptações foram necessárias no seu dia a dia após a cirurgia. Entre os desafios enfrentados estão a adoção de uma nova alimentação, ajustes na mobilidade e o uso de dispositivos médicos, como bolsas de colostomia.
A colostomia, procedimento em que o intestino grosso é exteriorizado através da pele do abdômen, é frequentemente associada à amputação do reto. Esse dispositivo coleta os dejetos intestinais, requerendo educação e treino do paciente para manuseio apropriado e manutenção de uma boa qualidade de vida.
É essencial oferecer apoio psicológico e social aos pacientes que passaram por tais intervenções. A aceitação do próprio corpo e as adaptações necessárias podem ser grandes obstáculos, e uma rede de apoio pode oferecer grande ajuda. Grupos de apoio, terapias e conselhos de pacientes que passaram por experiências semelhantes podem ser recursos valiosos.
Romper Taboos para Melhorar o Suporte ao Paciente
Enfrentar um diagnóstico de câncer colorretal já é desafiador, e a possibilidade de uma cirurgia tão invasiva como a amputação do reto adiciona um peso emocional significativo. Essa experiência destaca a necessidade de se falar abertamente sobre o assunto, rompendo os tabus que envolvem o câncer e as cirurgias associadas. A visibilidade de figuras públicas, como Preta Gil, pode ajudar a desmistificar a condição e mostrar que é possível ter uma vida plena após a cirurgia.
Na sua entrevista, Preta Gil mencionou a importância de falar sobre a sua experiência para ajudar outras pessoas que possam estar passando pela mesma situação. Discutir sobre o que esperar antes, durante e após a cirurgia pode preparar emocional e mentalmente os pacientes e suas famílias.
Outros surtos de câncer colo-rectal poderiam comportar-se de modo diferente e exigir abordagens distintas. Um monitoramento constante e exames regulares são essenciais para a deteção precoce, que é a melhor forma de prevenção. Manter uma dieta balanceada, praticar exercícios físicos regularmente e evitar o consumo de tabaco e álcool são medidas preventivas que reduzem o risco do desenvolvimento desse tipo de câncer.
Conclusão
A amputação do reto não é uma decisão tomada de ânimo leve e seria caraterizada como medida mais drástica no leque de opções para combater o câncer colorretal. O objetivo primário é sempre a preservação da vida e a manutenção da qualida de de vida do paciente, mesmo que isso signifique adotar mudanças drásticas na rotina diária. Com maior apoio e conscientização, pacientes que enfrentam essa dura realidade poderão encontrar consolo em saber que existe vida após a cirurgia e que muitas pessoas, incluindo figuras reconhecidas, também passaram e superaram essa batalha.
20 Comentários
Cara, amputação do reto soa como cena de filme de terror, mas a Preta Gil mostrou que dá pra viver, dançar e até fazer sucesso depois. O corpo é uma máquina que se adapta, mesmo quando o manual some.
Se o câncer te pega na bunda, ele não vai te pegar na alma. E isso é poderoso.
Ninguém fala disso porque é nojento mas é a realidade de milhares de brasileiros que não têm acesso a oncologista decente e acabam com colostomia por falta de diagnóstico precoce e não por escolha
Eu juro que se eu tivesse que usar bolsa de cocô eu me matava. Não tem como viver assim. Essa Preta Gil tá fingindo que é forte só pra ganhar likes.
Sei que parece difícil, mas muita gente que passa por isso acaba se sentindo mais livre depois. A bolsa não define quem você é. A força é dentro.
E sim, tem grupo de apoio em SP que salva vidas. Se precisar, te passo o contato.
Fiquei pensando... e se a gente tratasse o câncer como uma doença crônica, tipo diabetes? Sem vergonha, sem tabu, só cuidado.
A vida muda, mas não acaba. Quem passa por isso precisa de espaço pra se reconstruir, não de julgamento. A gente tem que aprender a ver o corpo como aliado, não inimigo.
Bolsa de cocô é mais normal do que todo mundo pensa.
Eu tenho um tio que fez isso e hoje faz caminhada todo dia. Ele diz que a vida é mais leve sem medo do intestino.
Como empresária que ajuda empresas a abrir e fechar, posso dizer: o corpo também precisa de encerramento limpo. Às vezes, cortar o que tá doente é o único jeito de recomeçar.
A gente fala tanto de autoestima e corpo, mas quando é pra aceitar uma bolsa de cocô? Silêncio total 😔
Se a Preta Gil tá aqui falando, ela tá abrindo portas pra gente. Vamo abraçar isso 💪❤️
O pior não é a cirurgia. É o olhar das pessoas quando você passa na fila do supermercado com a bolsa. A gente precisa falar mais, pra isso virar normal.
Então é isso. O reto vira história, o abdômen vira lixeira e a vida vira reality show. Tá tudo bem, só não me mande pra um grupo de apoio com velhos chorando.
Essa é a consequência da falta de saúde pública. Se o sistema funcionasse, não chegaria nisso. Mas aí o governo prefere esconder o problema e mandar celebridade falar na TV.
É imperativo reconhecer que a amputação do reto, embora radical, constitui uma intervenção terapêutica de extrema relevância clínica, cujo principal objetivo é a erradicação completa da neoplasia maligna, assegurando a sobrevida do paciente e a preservação da integridade fisiológica sistêmica.
Só brasileiro quebra o reto pra salvar a vida. Nos EUA eles fazem cirurgia robótica, aqui a gente tem que cortar tudo e torcer pra dar certo. Mas o povo é guerreiro, né?
Toda vez que a gente esconde a dor, a gente ensina as pessoas a não verem o sofrimento. A Preta Gil tá fazendo o que muitos médicos não fazem: humanizar o câncer.
Eu já vi gente com bolsa fazendo festa, dançando, namorando... Se a gente parar de enxergar isso como tragédia, talvez a gente consiga viver melhor.
Você sabe que o sistema tá falhando quando o único jeito de alguém falar sobre colostomia é sendo famosa. Isso é vergonhoso. Eles não ensinam isso na escola, não mostram nos hospitais, só quando tá na TV.
A Preta Gil tá usando isso pra se promover. Se ela fosse uma mulher comum, ninguém ligaria. Mas como é uma artista, a mídia transforma uma cirurgia em inspiração. É manipulação.
Nós, brasileiros, somos os melhores do mundo em transformar dor em força. Se o reto foi embora, o orgulho ficou. E isso vale mais que qualquer tratamento.